JOSILMAR PINHEIRO
Ainda na década de 1970 por estas bandas do norte de Minas as festas juninas eram comemoradas com inacreditável animação, envolvendo a todos numa alegria esfuziante, embalada nas danças típicas, nos foguetórios, nas fogueiras e nas comidas e bebidas tradicionais. Por este motivo, a noite de São João era, sem dúvida, a data mais esperada do ano, excetuando-se, evidentemente, o natal. Não havia uma casa em que não tivesse uma fogueira acesa, em torno da qual as pessoas se assentavam para se confraternizar, tomando quentão, comendo pipoca, canjica, etc.
Era tão importante a noite de 23 de junho, véspera do sonhado São João, que nos dias que a antecediam o volume de vendas no comércio aumentava significativamente, não só no ramo de fogos de artifícios, mas de alimentos, roupas, etc., porque todo mundo queria estar "bem na fita", como se diz hoje em dia.
Contava meu falecido sogro, Seu Felintro, homem das mil e uma profissões, dentre elas a de protético, e todas elas aprendidas de maneira empírica, diga-se de passagem, que um belo dia, em meados do mês de junho de um ano qualquer, inserido na década de 70, estava atendendo um cliente, vindo da zona rural, quando, no meio de uma animada prosa, o referido cliente soltou essa pérola: "Uma das coisas que eu vim fazer aqui na cidade, além desta dentadura, foi comprar uns tecidos pra minha muié fazer umas roupa pras minhas filhas, porque elas tá tudo pelada e o São João tá em cima..."
quarta-feira, 28 de março de 2012
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