JOSILMAR PINHEIRO (meu papai)
Hoje, sem saber como e porque, comecei a relembrar fatos a que tive a oportunidade de testemunhar na minha já extensa (graças a Deus!) existência.
Voltei meu pensamento lá nos anos sessenta e, como num filme, vi passarem as cenas que a seguir descreverei: Estava eu numa tarde de domingo assistindo a uma partida de futebol no campo do "JK". Era a única diversão dos fins de semana em Taiobeiras naquela época e por isso havia muita gente ali, em volta daquele campinho de terra para se divertir com o jogo amistoso entre as equipes do JKFC e do Tingui, time da zona rural.
Como era de praxe - e até hoje ainda é - as torcidas costumavam amontoar-se atrás dos gols adversários, para "zoar" os goleiros, com o claro objetivo de desestabilizá-los emocionalmente. Nesse episódio em especial, como não havia sequer redes nos gols, as torcidas estavam muito próximas dos goleiros, chegando até a invadir a linha demarcatória e, às vezes tocando os goleiros com as mãos, para deixá-los nervosos.
Foi quando, de repente, o goleiro do Tingui, cego de raiva, não suportando tanta pressão, resolveu desferir um murro meio sem direção, vindo a acertar no peito um torcedor conhecido na cidade por "Dema do calçamento". Puxa vida! O pobre goleiro não sabia o que lhe esperava. Antes que o desafortunado arqueiro pudesse pensar, recebeu um violento soco, que lhe acertou o "pomo de Adão", ou seja a região do gogó. Desesperado, correu na direção do centro do campo gritando com uma voz que alternava entre o grave e o agudo: "água, água! Ai, minha gar... goela! Ai, minha gar.. goela!
Rapidamente, alguém correu até uma casa vizinha e trouxe água numa vasilha feita de lata de óleo de cozinha (lembro-me até da marca Mariflor inscrita na lata). Depois de beber muita água vinda do pote da vizinha, o infeliz goleiro, já calmo e tranquilo disse a seguinte frase, que fez todo mundo rir: "eu tava bebeno essa água, mas parecia que ela tava passano por fora da minha goela..."
quinta-feira, 22 de março de 2012
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