quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O cinema de papel

Poucos meninos eram assim tão capciosos. Poucos tão criativos. Não gostava de brincar na rua. Preferia os livros de mágica e de cinema.
Fez com meu dinheiro seu próprio cineminha e até ganhou dinheiro cobrando ingresso dos outros meninos “mais bestinhas”.
Encarnando Godzilla em papel cartão por trás da tela de papel de seda, iluminado por uma lamparina de querosene, fez mágica, para nós meninos menos capazes.
Nunca nos esqueceremos de Dêla, um menino moço, que morreu tão moço depois de nos alegrar tanto.

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