21/05/2012
Como todo taiobeirense que se preze, sinto-me orgulhoso
quando ouço visitantes elogiarem minha cidade, enaltecendo sua organização,
suas ruas limpas, seu comércio dinâmico, enfim o seu aspecto de cidade bem
cuidada e bem administrada.
Digo isso, sem puxa-saquismo, porque a verdade salta aos
olhos e não há como não enxergá-la, mesmo
que alguém queira fazê-lo.
Hoje, ao me levantar da cama, estive pensando na maravilhosa
festa promovida pela poder público e que ontem teve o seu encerramento. Vi e
ouvi muitas pessoas dizerem que foi a melhor de todos os tempos, pela
organização, pelo quantidade de visitantes e, notadamente, pelo aumento do
volume de expositores na FERARP, o que reflete algo de muito bom para a
economia do município.
Tudo isso nos enche de orgulho e nos faz crer que a nossa
querida e abençoada terra está no caminho certo e que dias ainda melhores virão
por consequência do que está sendo feito hoje.
Acredito e desejo ardentemente que iremos alcançar progresso
cada vez maior em todas as áreas, mas ao mesmo tempo, vejo com ressalvas uma
área em que Taiobeiras precisa melhorar. E melhorar muito: a área cultural.
Sei o quanto é difícil despertar na cabeça das pessoas o
gosto pela arte verdadeira, que faz bem ao espírito e, principalmente, nos faz
ver o mundo de forma mais amena. O fato é que a grande massa popular está completamente
envolvida e até induzida pela mídia a gostar e a consumir o que é mais fácil de
se assimilar mas que, quase sempre, se
constitui em verdadeiro lixo cultural, descartável, fútil, tornando-se vetor da
destruição dos valores morais, às vezes levando precocemente as pessoas ao
consumo desenfreado de drogas e à prática da prostituição. Estou falando
especificamente de músicas que “rolaram” no grande palco, nos quatro dias de
festa.
Neste cenário, fica extremamente difícil apresentar algo diferente,
porque seria NADAR CONTRA A CORRENTEZA,
mas estive pensando no que ouvi de uma pedagoga recentemente e achei
oportuno transcrever seu pensamento nestas mal traçadas linhas: “DEUS, na sua
sabedoria infinita, quando deixa de atender alguns de nossos pedidos, é porque,
com certeza, Ele sabe que o que estamos pedindo não é bom para nós, tanto é que
mais adiante vamos enxergar isso com clareza. Se perguntarmos a uma criança o que ela gostaria
de fazer na sua vida, ela responderia que gostaria de não ter que ir à escola,
e que a deixassem brincar o tempo todo com vídeo-game, etc., e que não a proibissem de fazer o que ela bem entendesse.
No entanto, os pais, sabedores de que esse não é o caminho certo, insistem em
levá-la para um educandário.
Ante o exposto, na minha humilde visão dos fatos, acredito
que deveria haver um critério mais seletivo na escolha dos grupos musicais,
sejam da cidade ou não, que venham a se apresentar no palco da nossa festa mais
prestigiada do ano. Ontem, na noite de encerramento, vi um grupo cantando
músicas sertanejas com letras de duplo sentido, incitando à prática de sexo,
com duas pré-adolescentes no palco, dançando à frente, de forma exortativa a
atos libidinosos. Aí perguntei a mim mesmo: onde estão as autoridades (Conselho
Tutelar, Juizado de Menores) para coibir tais abusos? É bom não nos esquecermos
da pecha horrorosa atribuída a Taiobeiras há algum tempo, por causa da
prostituição infantil.
Excelente a reflexão. Concordo plenamente. Mas, infelizmente, temos que tristemente admitir que a questão da "prostituição infantil e adolescente" ainda permanece. Talvez até mais grave do que no passado. Porém, sem tanta visibilidade na mídia ou nos debates sociais; pois não interessa mais ao poder público vigente denunciar e nem combater, por conta do marketing "negativo" que isto traria à "ilha dos sonhos" na qual nossa cidade teria se transformado.
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