segunda-feira, 28 de maio de 2012

Festa de maio

Josilmar Batista Pinheiro (papai)
21/05/2012


Como todo taiobeirense que se preze, sinto-me orgulhoso quando ouço visitantes elogiarem minha cidade, enaltecendo sua organização, suas ruas limpas, seu comércio dinâmico, enfim o seu aspecto de cidade bem cuidada e  bem administrada.

Digo isso, sem puxa-saquismo, porque a verdade salta aos olhos e não há como não enxergá-la, mesmo  que alguém queira fazê-lo.

Hoje, ao me levantar da cama, estive pensando na maravilhosa festa promovida pela poder público e que ontem teve o seu encerramento. Vi e ouvi muitas pessoas dizerem que foi a melhor de todos os tempos, pela organização, pelo quantidade de visitantes e, notadamente, pelo aumento do volume de expositores na FERARP, o que reflete algo de muito bom para a economia do município.

Tudo isso nos enche de orgulho e nos faz crer que a nossa querida e abençoada terra está no caminho certo e que dias ainda melhores virão por consequência do que está sendo feito hoje.

Acredito e desejo ardentemente que iremos alcançar progresso cada vez maior em todas as áreas, mas ao mesmo tempo, vejo com ressalvas uma área em que Taiobeiras precisa melhorar. E melhorar muito: a área cultural.

Sei o quanto é difícil despertar na cabeça das pessoas o gosto pela arte verdadeira, que faz bem ao espírito e, principalmente, nos faz ver o mundo de forma mais amena. O fato é que a  grande massa popular está completamente envolvida e até induzida pela mídia a gostar e a consumir o que é mais fácil de se assimilar  mas que, quase sempre, se constitui em verdadeiro lixo cultural, descartável, fútil, tornando-se vetor da destruição dos valores morais, às vezes levando precocemente as pessoas ao consumo desenfreado de drogas e à prática da prostituição. Estou falando especificamente de músicas que “rolaram” no grande palco, nos quatro dias de festa.

Neste cenário, fica extremamente difícil apresentar algo diferente, porque seria NADAR CONTRA A CORRENTEZA,  mas estive pensando no que ouvi de uma pedagoga recentemente e achei oportuno transcrever seu pensamento nestas mal traçadas linhas: “DEUS, na sua sabedoria infinita, quando deixa de atender alguns de nossos pedidos, é porque, com certeza, Ele sabe que o que estamos pedindo não é bom para nós, tanto é que mais adiante vamos enxergar isso com clareza. Se  perguntarmos a uma criança o que ela gostaria de fazer na sua vida, ela responderia que gostaria de não ter que ir à escola, e que a deixassem brincar o tempo todo com vídeo-game, etc.,  e que não a proibissem de fazer o que ela bem entendesse. No entanto, os pais, sabedores de que esse não é o caminho certo, insistem em levá-la para um educandário.

Ante o exposto, na minha humilde visão dos fatos, acredito que deveria haver um critério mais seletivo na escolha dos grupos musicais, sejam da cidade ou não, que venham a se apresentar no palco da nossa festa mais prestigiada do ano. Ontem, na noite de encerramento, vi um grupo cantando músicas sertanejas com letras de duplo sentido, incitando à prática de sexo, com duas pré-adolescentes no palco, dançando à frente, de forma exortativa a atos libidinosos. Aí perguntei a mim mesmo: onde estão as autoridades (Conselho Tutelar, Juizado de Menores) para coibir tais abusos? É bom não nos esquecermos da pecha horrorosa atribuída a Taiobeiras há algum tempo, por causa da prostituição infantil.

Um comentário:

  1. Excelente a reflexão. Concordo plenamente. Mas, infelizmente, temos que tristemente admitir que a questão da "prostituição infantil e adolescente" ainda permanece. Talvez até mais grave do que no passado. Porém, sem tanta visibilidade na mídia ou nos debates sociais; pois não interessa mais ao poder público vigente denunciar e nem combater, por conta do marketing "negativo" que isto traria à "ilha dos sonhos" na qual nossa cidade teria se transformado.

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