terça-feira, 18 de maio de 2010

Terça a tarde

Cyntia Pinheiro

De um verso apaixonado
Brota o úmido veio do amor
Cristalinamente o olhar cândido me fita
Pela tela inerte do meu computador

Imagino-te a galope
Viril sorriso e dolorosa morte
Que uma fantasia quase viva
E de omissa gravidade fala da minha sorte

Nem mil beija-flores possuem a festa
De tamanha embriaguez do mel de teus lábios
Como se de tempos pregressos eu pudesse
Tocar teu busto tosco e segregado

E nem na foice da morte és desventura
Partindo tão cedo para as paragens eternas
Rubro calor de meu rosto febril
Etéreas manhãs, medos e desejos estéreis

Farta mão sobre o meu corpo descobre
Coloridos sentidos e toda minha calma
Possuindo-me nua em tuas carnes de ouro
Calando o tempo no abismo da alma

E na vaziez de minhas entranhas
Dois desconhecidos se extasiam
Não é sexo, não é corpo
É a descoberta da poesia.

4 comentários:

  1. Amiga, que saudade de vc!!!!
    Adooooro tudo o que vc escreve..


    Vera Tatiana

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  2. Pois até a penúltima frase, tive certeza que era sexo e corpo.... kkkkkkkkkkkkkkk " Oh Mente Poluída" rsrsrsrs...

    Bjus
    Sol.

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  3. Cyntia, meus sinceros parabéns.

    Belissimo poema, ardoroso, sublime, surpreendente rs.

    Como vc imaginou q eu poderia não gostar de uma obra-prima dessa?

    Muuito bom mesmo...

    Seu talento é inegável.

    Abreijos

    Junior Vina

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