quinta-feira, 31 de março de 2011

O casamento da Vivi

A Vivi vai se casar! E daí o quê que tem?
Bem, é melhor eu começar contando o que não tem: não tem vestido de porta-bandeira, não tem pajem, não tem dama de honra, nem marcha nupcial, nem bombons saborosos na porta da igreja, ah! nem igreja!
É porque a Vivi, antes Barbosa, agora Donner, é muito moderna. E sempre foi moderna assim. Exótica, diferente, culta, linda, explosiva, especialmente quando se trata de gargalhadas, e ainda consegue ser a melhor amiga do mundo! Tenho saborosas recordações dos nossos tempos de amigas inseparáveis, e digo toda orgulhosa que o mais eficiente que o destino conseguiu foi nos separar geograficamente, porque o resto continua (quase) igual.
O "quase" é porque os caminhos que escolhemos trilhar foram beeeeem diferentes, eu me casei, tive filho, ela continua livre, leve e solta... mas é por pouco tempo!
Ela é uma menina super inteligente que já leu o Mahabharata várias vezes, sabe tudo de cultura, religião e filosofia indianas, já fez gnose e se retirou para um mosteiro zen-budista quando se sentiu energeticamente fraca. Já manipulou energia, estudou magia, meditação e fez mechas azuis no cabelo. Aprendeu inglês cantando e aprendeu a cantar brincando. O palco sempre foi a sua casa, gosta das luzes, dos aplausos e dos holofotes. Discute sobre qualquer assunto com uma propriedade de especialista e não se intimida por nada.
Um dia essa menina me falou assim: "Cindy (é como ela me chama até hoje), eu vou embora, Montes Claros está pequena demais para mim!" Uma semana depois já tinha vendido tudo, largado o emprego, namorado, amigos e partia para a capital, foi buscar a realização pessoal e musical com que tanto sonhava.
Sabe tudo de jazz, blues, belting e técnicas de pintura. É exímia artesã de fantoches, e especialista em contar histórias infantis. Canta como ninguém e ainda sabe cozinhar. Sua comida antigamente eram pedrinhas de gelo sobrepostas aquecidas no microondas, e ficava uma delícia - ela é capaz de jurar!
Seus olhos gigantescos parecem duas pedras de ônix, e seus cabelos que ela demorou anos para cortar ficaram lindos imitando desenho de anime japonês.
Viviane é um figura! Entende de runas, tarô, reiki e tem fascínio pela Índia, se diz até portadora de um verdor característico na pele. Sabe tudo sobre cristais, florais e cromoterapia. Conhece cada chacra (ou xacra) do corpo humano e sabe de qual cuidar quando se tem algum problema de saúde. Sua kundalini é radiante!
Shiva e Ganesha eram seu cartão de visita pintados em um bom tamanho na parede do seu quarto. Agni sempre lhe fascinou, assim como o fogo, Viviane é praticamente um Nero!
Eu não seria capaz de descrever a metade das coisas que ela cultiva em sua sabedoria milenar, de processos reencarnatórios absolutamente proveitosos, porque não tenho nem vocabulário para tanto.
Pois então, é dessa pessoa que estou falando, assim fica fácil entender porque se casar com a Vivi é algo muito mais do que importante, ou melhor, o casamento da Vivi é algo no mínimo inusitado, porque ela é uma pessoa ímpar que jamais se viu prisioneira de cárcere algum, nem mesmo do amor! Ela não é do tipo que sempre esperou pelo príncipe encantado montado em um cavalo branco, muito provavelmente esperaria por um motoqueiro cabeludo com uma guitarra nas costas. Ela jamais escolheria por parceiro um cara com nome no diminutivo, não dá pra ser Rodrigo ou Diguinho, tem mesmo que ser o DIGÃO. Um cara capaz de cuidar com zelo dessa jóia rara, e eu, na qualidade de irmã por opção e por seleção natural me sinto no direito de ordenar: Digão, cuida bem dessa "amolite"... essa é uma jóia rara, não é pra qualquer um e ela escolheu você.
Desejo a vocês a plena felicidade! O amor companheiro! A alegria sempre renovada e a força de desejarem sempre estar juntos!
Com todo amor,

Cyntia Cybelle Pinheiro - Barbosa (esse último pra ficar mais irmã ainda da Vivi)

2 comentários:

  1. Aí eu caio num choro desatado, preocupada com o tamanho das lágrimas explodindo sobre o teclado do laptop (com o tamanho desses olhos eu choro tsunamis)imediatamente começo a rir freneticamente. Cyndi é a amiga super heroína que tem braços gigantes, elásticos, que conseguem vir de Montes Claros a Belo Horizonte para me dar o abraço terno e confortador que a alma tava precisando para se curar, se confortar, se alegrar. Minha tarde chuvosa de repente ficou resplandescente. Tudo por conta dessa menina que sabe a mágica das palavras e transforma o mundo com suas idéias.
    Cyndi, depois do que li só consigo dizer uma coisa:
    Saudade.

    ResponderExcluir
  2. Viviane é tudo isso aí e algo mais... Tambem tenho admiração ENORME por ela.
    Sabe aquela pessoa agradavel que quando está por perto agente não quer que afaste nunca? Chega doer o maxilar de tanto matar agente de rir. Quero muito conhecer o felizardo que conseguiu jogar o laço e pescar esta "fada".

    ResponderExcluir