Sou quente. Pele, coração, mãos principalmente.
Fera. Ferina nas palavras quando sou ferida.
Não sou doce. Agridoce.
Sou víscera, sou véspera. Sou expectativa.
Sou ansiedade, sou rigidez, sou responsabilidade.
Não sou mentira.
Sou sorriso mesmo triste, sou falatório, tagarelice.
Sou alguns traumas, também sou saudades várias.
Não sou certeza.
Sou suposição, sou sacrifício, sou abraço amigo.
Sou disponibilidade, sou ajuda, sou auspício.
Não sou fracasso.
Sou franqueza, delicadeza e também sou curiosidade.
Sou verdade, sou sonho, sou coragem de lutar.
Não sou velhice.
Sou música, sou verso, sou verbo e sou malícia.
Sou candura, sou graça, sou retrato e chocolate.
Não sou hipérbole.
Sou gestação, de mim mesma, de um desejo.
Sou desejo inteiro de ser mais.
Sou vontade de crescer.
Não sou estatura.
Sou cordialidade. Sou amizade, sou ventura.
Sou palhaça, quando tem e quando não tem que ser.
Não sou artista.
Sou força, sou casamento, sou família, sou lar.
Não sou mais aventuras, nem riscos, nem loucuras.
Sou normal, na medida do possível.
Não sou miniatura.
Sou gentileza, depende, sou agudeza também.
Sou projetos. Sou múltipla. Sou nada.
Sou muito, muito menos do que gostaria.
Sou gente, de fato.
sábado, 6 de março de 2010
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Belo texto!
ResponderExcluirTe conheço muito bem e sei que és exatamente o que descreve
ResponderExcluirEstou revirando seu blog mais uma vez, sempre há coisas não vistas... rs
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