quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Outro caminho

Ontem comecei uma nova faculdade.
Na época em que frequentei o primeiro curso que fiz, os perfis das turmas iniciais em cursos superiores eram bem diferentes. Na minha época a maioria da turma era formada por pessoas que haviam acabado de sair do segundo grau, uma moçada jovem e cheia de sonhos e pouquíssima maturidade (isso me inclui). Poucos eram os balzaquianos ou cinquentões que por ali se aventuravam.
Os tempos são outros. E agora, que já não estou mais no time dos mais jovens, percebo o quanto o primeiro perfil mudou. Hoje pessoas "com mais idade" ocupam numerosos assentos nas classes das faculdades, especialmente as particulares, buscando algo que não fizeram em tempos atrozes.
Penso que uma pessoa com dezoito anos de idade dificilmente tem maturidade o suficiente para decidir o que pretende ser pelo resto de sua vida, e essa talvez seja uma das razões pela qual muita gente esteja voltando às faculdades para corrigir ou acrescentar algo à sua primeira formação.
Muitos jovens, movidos pelo sonho das possibilidades financeiras, ou até mesmo por determinação dos pais, ingressam em cursos errados, se formam, se frustram e, se tiverem uma nova chance, regressam à faculdade, buscando novas alternativas que talvez lhes tragam mais realização pessoal.
Outro fator que talvez seja relevante é que tendo, num primeiro momento, optado pelo curso errado, não desempenhem seu papel profissional com a competência necessária para manterem-se no mercado de trabalho, e assim, frustrados, buscam um segundo curso superior para a corrigenda das escolhas feitas precocemente.
O fato é que, mais amadurecidos, o segundo curso superior é bem mais aproveitado, e os resultados muito mais satisfatórios. O que ainda não se conseguiu medir foi o aproveitamento dessas pessoas no mercado de trabalho, dadas as exigências, especificamente aquelas feitas com relação à idade dos candidatos.
Eu, balzaquiana que sou, pretendo dar o melhor de mim, e não só passar por mais um curso superior, mas mudar os rumos de minha vida profissional. Desejo o mesmo aos meus colegas contemporâneos.

Cyntia Pinheiro
05/08/2009

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