O balé de Tereza sempre foi opção de sossego para nossos pais. Lá os mais capetinhas se esticavam em passos tortos e imprecisos, tirando dança de onde não havia talento, pelo menos não na maioria.
Poucas pessoas sobressaíam, o palco era todo Vanilza, Cléia, Aline, Gislane, Milena... Somente elas, BAILARINAS! Nós outros não, apenas meninos-capeta que precisavam gastar energia.
E a guerreira Tereza, com voz de trovão, domava todos os diabinhos que por ali surgiam, com propriedade e força, carinho e determinação.
Até acertávamos o passo, o desengonçado passo decorado, seguindo a contagem de um a oito. E Tereza com maestria ensinava, criava, gritava conosco, voz inequívoca, inesquecível disciplinadora e mestra.
Hoje o balé de Tereza tem pernas bambas, depois da doença degenerativa que leva-lhe embora os comandos. Hoje seus pés são trôpegos e trêmulas as mãos. Mas nós, somos meninos melhores, que pisamos firme, pés de retidão, porque a voz de trovão soa forte até hoje, disciplinadora, respeitável e saudosa de Tereza. Não sai nunca do coração!
Cyntia Pinheiro
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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