Sim,
eu vendo cosméticos, não faz muito tempo. Eles são bons, cheiram bem e atesto
que são de excelente qualidade, afinal os utilizo quase todos os dias.
Mas
em minhas andanças por aí descobri uma coisa interessante: a beleza está na
alma da mulher, muito mais do que na aparência exterior.
Fiz,
agora em março, 35 anos de idade e, isso às vezes me chateia, pois percebo que
meu reflexo no espelho tem mudado, já não tenho a pele dos 18 anos, nem a
jovialidade dos 15, mas tenho um pouco mais de maturidade e ela deixa marcas na
pele. O bom é que agora eu sei que a pele tem jeito, basta seguir um
ritualzinho de beleza diário e a gente vai amenizando os efeitos do tempo,
afinal toda mulher deseja envelhecer bem.
Envelhecer
bem, por sua vez, é para poucas. Pois não envolve apenas a aparência da pele, o
tônus muscular, ou as curvas arredondadas pelo silicone, envelhecer bem é
estado de espírito, tal qual a beleza também o é.
Muitas
mulheres nos dias atuais vivem extremamente infelizes, porque são prisioneiras
de excessivos cuidados com o exterior e esquecem de nutrir-se da energia do
bem-querer, da leveza do ser e do desfrute de doses miúdas e diárias de
pequenas alegrias. Vivem tensas porque não podem, em hipótese alguma, serem
vistas descuidadas, desprotegidas de sua criação fantasiosa de uma aparência
rigidamente impecável. Nem os maridos conhecem suas esposas. Conheço uma com
mais de 40 anos de casada e que afirma que o marido jamais a viu desarrumada,
sempre se levantou de madrugada para tomar banho, secar os cabelos, vestir-se,
perfumar-se, maquiar-se e estar radiante e pronta todas as manhãs ao despertar
do companheiro. Para mim, com o perdão da crítica, mas são 40 anos de prisão e
martírio!
Eu
prezo a normalidade, a simplicidade, a verdade! Gosto de estar a vontade em
casa para rolar no chão quando meus filhos quiserem rolar no chão, para me
sujar de tinta com seus pinceis desajeitados, gosto de me lambuzar de sorvete,
esfregar a mão molhada no short, gosto de me entregar à vida sem ressalvas, nem
frescuras. Jamais vou arrumar a casa maquiada ou bem vestida com medo de perder
o amor do marido, isso é o fim da picada! E muita gente se preocupa com isso!
Muuuuuuuuuita gente!
Arrumação
tem hora marcada. Até Chico Xavier, um dos maiores ícones de humildade e
simplicidade que o Brasil já conheceu usava peruca para esconder a calvície e,
segundo ele mesmo, aquela era uma forma de respeitar as pessoas que com ele
conviviam, pois as pessoas não eram obrigadas a conviver com tamanha feiura. No
meu sentir, ninguém deve se descuidar, andar desleixada ou amargurada com a
própria aparência, mas há momentos e MOMENTOS!
Eu
amo me arrumar, me maquiar, me cuidar! Mas não sou escrava disso, faço quando
quero, quando posso e porque estou a fim, não para agradar aos outros, mas para
agradar a mim mesma e a minha autoestima. Já disse: quero envelhecer bem! Sem
excessos! Sem silicone e sem me preocupar com a opinião alheia.
Pois
em minhas andanças por aí também descobri que nada faz uma mulher mais bonita
do que o brilho de felicidade em seus olhos e a fartura do seu sorriso franco!
27/03/2013